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Ou
Verificação, Revisão, Fiscalização?
"Como se deve dizer em português?", perguntam muitos.
Bom, também eu tenho essa dúvida há muitos anos.
E quem não sabe deve procurar saber, mas isso às vezes dá algum trabalho.
Porque as respostas ou não se encontram, ou não satisfazem, ou são contraditórias.
Enfim, mas adiante...
O primeiro dicionário que consultei foi o Dicionário Elementar da Língua Portuguesa, da autoria de Augusto Moreno, com "grafia rigorosamente actualizada", e aprovado oficialmente, da Editôra Educação Nacional, Lda , impresso em 1939 no Porto.
Porém nem uma nem outra palavra constavam neste dicionário que nas palavras do seu autor, no Prefácio à 1ª Edição, se destinava "às escolas primárias e ao povo".
Mais tarde tentei no Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse Seleções , edição original da Editora Larousse do Brasil Ltda ., Rio de Janeiro, 1979, de acordo com a norma ortográfica estabelecida pela Lei Federal 5.765 de 18 de dezembro de 1971.
Segundo este a palavra existe e é CONTROLE, sendo aqui propostos vários significados conforme o contexto em que é utilizada.
Finalmente fui verificar o que havia no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenação de José Pedro Machado, da Sociedade da Língua Portuguesa, edição para o Círculo de Leitores, 1991.
Este contrapõe em exclusivo a palavra CONTROLO e diz que se trata de um galicismo (do francês "contrôle" ) que se deve evitar, propondo em seu lugar Verificação, Revisão, Fiscalização.
Creio que esta resposta servirá melhor, pelo menos para o momento actual, e para o contexto de Portugal. Não sei qual a resposta para o restante espaço de língua oficial portuguesa.
De qualquer forma a aprendizagem é um processo continuo e a língua é uma entidade viva e em constante evolução.
Post in:
blog Almenara,
20/05/2007, editado em 30/10/2023.
TzR.\
Arabic-English Dictionary, The Hans Wehr Dictionary of Modern Written Arabic, Edited by J M Cowan,1976, pag 743
Quando hoje se fala tanto do tema, e se começa a ver nascer um forte movimento de apoio aos refugiados da guerra, também em Portugal, para além de todas as análises e debates, legítimos e necessários, são de louvar e apoiar as iniciativas que as várias instituições oficiais e privadas, organizações sociais, religiosas ou de cariz religioso, e da sociedade civil, estão a desenvolver.
Para acesso a alguma informação mais sistematizada e imediata do que está a ser feito neste momento fica aqui o link da Plataforma de Apoio aos Refugiados .
Obrigado.
“Jean-Léon! Yohannes Leo! (...) Leo. Leone. Curieuse habitude qu'ont les hommes de se donner ainsi les noms des fauves qui les terrorisent, rarement ceux des animaux qui leur sont dévoués. On veut bient s'appeler loup, mais pas chien. (...) ”
Léon l' Africain in Leon L’Africain de Amin Maalouf, Edição de J.-C. Lattès,1986, pg.303.
Nota: do mesmo autor outra citação aqui .
Tó Zé
"Era verdade. Durante uns dias o cão [ Kurika] não falou. Digo bem: não falou. A fala é muito complicada. Está antes da palavra, como a poesia. E aquele cão falava. Falava com os seus vários modos de silêncio, falava com os olhos, falava, até, com o rabo, falava com o andar, com as inclinações da cabeça, com o levantar ou baixar das orelhas. Daquela vez calou-se por completo. Não falou com nenhum dos seus sinais. Nem sequer com o seu silêncio."
Manuel Alegre, in "Cão Como Nós",
Publicações Dom Quixote, Janeiro de 2008, 16ª edição, pág.s 119.
Obs.: Kurika estava zangado pois pensava que o tinham abandonado.
Tó Zé
A campanha presidencial norte-americana tomou conta do nosso espaço noticioso há longos meses; e definido que ficou qual o candidato republicano já perdi a conta aos meses e às eleições dos delegados ao congresso democrata, que se dividem entre os apoiantes dos dois que ainda procuram a primazia nesse partido - Barack Obama e Hillary Clinton.
Embora não tenha podido, ou sabido, acompanhar o processo como gostaria, tenho aqui e ali tentado estar informado, compreender e refletir sobre alguns factos e situações, e sobre outras "campanhas" dentro das campanhas própriamente ditas.
Sem deixar de ler, ver ou ouvir as reportagens mais longas em diversos meios de comunicação, tenho encontrado com regularidade no Diário de Notícias, em breves artigos da autoria de Ferreira Fernandes excelentes notas do que se está a passar.
Na edição de hoje, sob o título "Não Há Missas Grátis" conta as peripécias da campanha de Barack, que envolvem em momentos e contextos diferentes o protestante Jemeriah Wright e o católico Michael Pfleger, que oficiam na mesma cidade, Chicago, em igrejas distantes poucos quarteirões uma da outra.
A mistura explosiva que aqueles responsáveis religiosos promovem contém politica, raça e religião.
Conclui Ferreira Fernandes no seu artigo acima referenciado
"Obama, que pauta a sua candidatura por não embarcar nessas tolices, mais uma vez teve de pedir desculpa pelos seus amigos religiosos. O problema destes é que acreditam que os rebanhos reconhecem melhor o caminho do Senhor com tabuletas a preto e branco."
in Diário de Notícias, um ponto é tudo, "Não Há Missas Grátis" , 31 de Maio de 2008, pág. 64.
“La richesse, frères croyants, ne se mesure pas aux choses qu’on possède mais à celles don’t sait se passer.”
Mohamed le peseur, pai de Hassan ( Leão, O Africano),
in Leon L’Africain, de Amin Maalouf, Edição de J.-C. Lattès,1986, pg.43.
Nota: Tanscrever ou fazer uma citação não é nem pretende ser sinal de erudição, nem tão pouco de compreensão do que é citado. Para mais quando a mesma está numa lingua estrangeira. Pode ser no entanto um objecto de curiosidade, reflexão e partilha.
Tó Zé
Relembro abaixo dois antigos apontamentos de entrevista, com o falecido Dr. Suleiman Valy Mamede, ( S.V.M.), à época Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, mas que me parecem manter o interesse, e talvez também alguma actualidade, apesar da evolução política, social e religiosa entretanto ocorrida nesse vasto mundo de povos, nações e países onde se professa a religião muçulmana, o qual deverá hoje abranger perto de mil milhões de pessoas, senão mesmo mais.
I – Alcorão e não Corão
“Expresso ( Exp .) – Uma última pergunta o Corão …
S.V.M . – O Alcorão. (…) A palavra Alcorão entrou e fixou-se na língua portuguesa tal como existe em árabe, com o artigo Al. Não esqueça que nós não dizemos por exemplo, garbe ”, ou faiate ”, ou “cântara”. Porque há certas palavras que entraram no léxico português com o artigo e tal como se diziam em árabe. Essa é a opinião dos filólogos portugueses. Posso citar-lhes até o maior filólogo e arabista português vivo, que é indiscutivelmente o dr.José Pedro Machado, e que diz precisamente isso : Alcântara entrou e fixou-se tal como existe em árabe, com o artigo al. O mesmo se passa com alfinete, Algarve e logicamente, com Alcorão. “Corão” é um galicismo, e já Eça de Queiroz dizia que nós sempre tivemos a tendência de copiar o francês. E copiámos Le Coran ” … “
II – O Alcorão e a lei civil
“ Exp . – Voltando, então, à última pergunta: a doutrina do Alcorão, tal como é praticada hoje nalguns países árabes, como autêntico código civil. Parece-lhe inteiramente correcto, ou há aí um pouco, digamos, de exagero, de excesso de zelo religioso?
S.V.M . – Eu faria aí uma correcção, que é a seguinte: que eu saiba, o Alcorão só em dois ou três países é que efectivamente passou a ser um código de vida, isto é, penetra em todos os sectores da vida. Na maior parte dos países islâmicos, actualmente – é o caso da Argélia, da Líbia, ou do Egipto – só o Direito de Família é que se cinge ao Alcorão. No Direito Sucessório também se citam casos em que temos de ir buscar cláusulas do Alcorão. Mas só nestes casos. Porém, todos aqueles que não quiserem seguir essa lei, podem declará-lo, por escrito. É o caso, por exemplo, no Egipto, dos coptas, cristãos (à semelhança do que aliás aconteceu, durante o período, muçulmano, aqui na Península Ibérica – que durou mais de cinco séculos, em que os cristãos, então designados de “moçárabes”, até nos tribunais podiam optar pela sua lei). Nós não podemos ter a pretensão, nem queremos, obrigá-los a seguir o Alcorão, porque isso iria contrariar o verdadeiro espírito do próprio Alcorão, que admite a tolerância, por um lado, e a ecumenicidade por outro. Temos concretamente no Alcorão a frase: “Tu crês a tua verdade, eu creio a minha, tu segues o teu caminho, eu sigo o meu”. Isto é muito simples mas muito claro. Aliás, o Alcorão não poderia de modo algum responder às questões que o próprio século XX nos levanta. Por isso, existem os intérpretes do Alcorão – é uma ciência mesmo – para preencheram as lacunas que vão surgindo à medida que os tempos vão passando … “
Estes apontamentos são Extractos de uma entrevista do Dr. Suleiman Valy Mamede, então Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, ao Semanário Lisboeta “Expresso”, de 18.3.77, conforme publicada no Boletim “O Islão – Órgão da Comunidade Islâmica de Lisboa", Ano X, Maio-Agosto de 1977-Tomo III Nº 11/12, a pp.7-9 ; selecção dos extractos e transcrição dos mesmos (que creio fiel) da minha responsabilidade.
Nota : esta entrevista já tinha sido objecto de uma outra referência mais extensa num outro local, sob a minha responsabilidade, debaixo do título "O Islão e a Sociedade"
CITAMOS
" Nascida em Barcelona em 16 de Março de 1937, foi nesta vila e freguesia de Caxias que viveu desde jovem e aqui faleceu em 4 de Fevereiro de 1992.
- Compositora e Professora Universitária;
- Membro do Conselho Português da Música;
- Membro da Associació Catalana de Compositors de Barcelona;
- Medalha de Mérito Cultural em 1990 (Estado Português);
- Comenda da Ordem de Santiago da Espada em Junho de 1992 a título póstumo (Estado Português).
Iniciou a sua brilhante carreira ainda muito jovem, escrevendo várias peças, sobretudo para piano. Nelas se descortinava já indícios da autora que mais tarde se veio a revelar. Realmente pouco a pouco, o seu espírito original e criativo evoluiu no sentido de uma linguagem musical de vanguarda.
Em 1969 a sua carreira sofre um impulso decisivo com a encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian da sua obra "Diferenças Sobre o Intervalo" que mostrava já uma linguagem musical personalizada (obra com 1ª audição dada pela Orquestra Gulbenkian no XIII Festival de Música Gulbenkian).
Apesar da sua curta carreira - faleceu com apenas 55 anos de idade - escreveu cerca de 8 dezenas de obras distribuídas por vários géneros que vão da música para orquestra à música para teatro e cinema e até à encenação.
Foram de sua iniciativa os projectos:
Convivium Musicum - música de cãmara -
ColecViva - música para filme -
Opus Sic - música para filme
Palavras para Dentro - músicas e palavras encenadas
As suas obras foram executadas com sucesso em muitos dos mais importantes festivais nacionais e internacionais de música.
Constança Capdeville distinguiu-se igualmente como pedagoga tendo percorrido todos os graus de ensino musical teórico no Conservatório Nacional e na Universidade Nova de Lisboa. "
FIM DE CITAÇÃO