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Arabic-English Dictionary, The Hans Wehr Dictionary of Modern Written Arabic, Edited by J M Cowan,1976, pag 743
“Jean-Léon! Yohannes Leo! (...) Leo. Leone. Curieuse habitude qu'ont les hommes de se donner ainsi les noms des fauves qui les terrorisent, rarement ceux des animaux qui leur sont dévoués. On veut bient s'appeler loup, mais pas chien. (...) ”
Léon l' Africain in Leon L’Africain de Amin Maalouf, Edição de J.-C. Lattès,1986, pg.303.
Nota: do mesmo autor outra citação aqui .
Tó Zé
“La richesse, frères croyants, ne se mesure pas aux choses qu’on possède mais à celles don’t sait se passer.”
Mohamed le peseur, pai de Hassan ( Leão, O Africano),
in Leon L’Africain, de Amin Maalouf, Edição de J.-C. Lattès,1986, pg.43.
Nota: Tanscrever ou fazer uma citação não é nem pretende ser sinal de erudição, nem tão pouco de compreensão do que é citado. Para mais quando a mesma está numa lingua estrangeira. Pode ser no entanto um objecto de curiosidade, reflexão e partilha.
Tó Zé
Relembro abaixo dois antigos apontamentos de entrevista, com o falecido Dr. Suleiman Valy Mamede, ( S.V.M.), à época Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, mas que me parecem manter o interesse, e talvez também alguma actualidade, apesar da evolução política, social e religiosa entretanto ocorrida nesse vasto mundo de povos, nações e países onde se professa a religião muçulmana, o qual deverá hoje abranger perto de mil milhões de pessoas, senão mesmo mais.
I – Alcorão e não Corão
“Expresso ( Exp .) – Uma última pergunta o Corão …
S.V.M . – O Alcorão. (…) A palavra Alcorão entrou e fixou-se na língua portuguesa tal como existe em árabe, com o artigo Al. Não esqueça que nós não dizemos por exemplo, garbe ”, ou faiate ”, ou “cântara”. Porque há certas palavras que entraram no léxico português com o artigo e tal como se diziam em árabe. Essa é a opinião dos filólogos portugueses. Posso citar-lhes até o maior filólogo e arabista português vivo, que é indiscutivelmente o dr.José Pedro Machado, e que diz precisamente isso : Alcântara entrou e fixou-se tal como existe em árabe, com o artigo al. O mesmo se passa com alfinete, Algarve e logicamente, com Alcorão. “Corão” é um galicismo, e já Eça de Queiroz dizia que nós sempre tivemos a tendência de copiar o francês. E copiámos Le Coran ” … “
II – O Alcorão e a lei civil
“ Exp . – Voltando, então, à última pergunta: a doutrina do Alcorão, tal como é praticada hoje nalguns países árabes, como autêntico código civil. Parece-lhe inteiramente correcto, ou há aí um pouco, digamos, de exagero, de excesso de zelo religioso?
S.V.M . – Eu faria aí uma correcção, que é a seguinte: que eu saiba, o Alcorão só em dois ou três países é que efectivamente passou a ser um código de vida, isto é, penetra em todos os sectores da vida. Na maior parte dos países islâmicos, actualmente – é o caso da Argélia, da Líbia, ou do Egipto – só o Direito de Família é que se cinge ao Alcorão. No Direito Sucessório também se citam casos em que temos de ir buscar cláusulas do Alcorão. Mas só nestes casos. Porém, todos aqueles que não quiserem seguir essa lei, podem declará-lo, por escrito. É o caso, por exemplo, no Egipto, dos coptas, cristãos (à semelhança do que aliás aconteceu, durante o período, muçulmano, aqui na Península Ibérica – que durou mais de cinco séculos, em que os cristãos, então designados de “moçárabes”, até nos tribunais podiam optar pela sua lei). Nós não podemos ter a pretensão, nem queremos, obrigá-los a seguir o Alcorão, porque isso iria contrariar o verdadeiro espírito do próprio Alcorão, que admite a tolerância, por um lado, e a ecumenicidade por outro. Temos concretamente no Alcorão a frase: “Tu crês a tua verdade, eu creio a minha, tu segues o teu caminho, eu sigo o meu”. Isto é muito simples mas muito claro. Aliás, o Alcorão não poderia de modo algum responder às questões que o próprio século XX nos levanta. Por isso, existem os intérpretes do Alcorão – é uma ciência mesmo – para preencheram as lacunas que vão surgindo à medida que os tempos vão passando … “
Estes apontamentos são Extractos de uma entrevista do Dr. Suleiman Valy Mamede, então Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, ao Semanário Lisboeta “Expresso”, de 18.3.77, conforme publicada no Boletim “O Islão – Órgão da Comunidade Islâmica de Lisboa", Ano X, Maio-Agosto de 1977-Tomo III Nº 11/12, a pp.7-9 ; selecção dos extractos e transcrição dos mesmos (que creio fiel) da minha responsabilidade.
Nota : esta entrevista já tinha sido objecto de uma outra referência mais extensa num outro local, sob a minha responsabilidade, debaixo do título "O Islão e a Sociedade"
Dizia hoje ao almoço, com uma certa graça, um colega e amigo, que Aldrabão era o nome árabe da nossa profissão.
Aliás, quando estamos mesmo zangados aldrabão é o outro, mas quando descontraímos somos capazes de reconhecer que aqui ou ali também lhe vestimos a pele.
Sim, porque mesmo que não tenhamos feito nada para o merecer, aos olhos dos outros não deixaremos de o ser. Os políticos que o digam.
Mas amigo de saber mais um pouco deste legado tão rico fui consultar uma obra, Vocabulário Português de Origem Árabe, do já falecido José Pedro Machado, incansável estudioso, filólogo e arabista.
Segundo ele a palavra vem do árabe al-bardān , com o significado original de «louco».
Do árabe al-qanTarâ significa «ponte,viaduto,aqueduto», conforme José Pedro Machado ( in Vocabulário Português de Origem Árabe).
Em Lisboa é nome de ribeira, largo, rua, travessa, e bairro.
Hoje a paisagem de Lisboa, junto a Alcântara, é marcada pela imagem da
Ponte 25 de Abril, e pelo seu antigo Aqueduto das Águas Livres.
Em Alcântara, existem também diversos viadutos e pontes que facilitam a circulação de meios de transporte e pessoas.
Ontem, 26 de Março de 2006, realizaram-se duas provas desportivas, a
Meia e a Mini-Maratona, com partida no início do tabuleiro da Ponte 25
de Abril, na margem sul do rio Tejo, e final em Belém junto ao Mosteiro
dos Jerónimos, as quais atravessaram Alcântara.
O escriba de serviço foi nesta ocasião também atleta e fotógrafo, tendo feito a Mini-maratona a
passo a maior parte do tempo, mas sem ir por atalhos ( como certos marotos ).
Pela primeira vez neste espaço junto imagens, precisamente
da passagem por Alcântara:
Descida da Ponte 25 de Abril
Aproximação ao Viaduto e Estação da CP de Alcântara