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A campanha presidencial norte-americana tomou conta do nosso espaço noticioso há longos meses; e definido que ficou qual o candidato republicano já perdi a conta aos meses e às eleições dos delegados ao congresso democrata, que se dividem entre os apoiantes dos dois que ainda procuram a primazia nesse partido - Barack Obama e Hillary Clinton.
Embora não tenha podido, ou sabido, acompanhar o processo como gostaria, tenho aqui e ali tentado estar informado, compreender e refletir sobre alguns factos e situações, e sobre outras "campanhas" dentro das campanhas própriamente ditas.
Sem deixar de ler, ver ou ouvir as reportagens mais longas em diversos meios de comunicação, tenho encontrado com regularidade no Diário de Notícias, em breves artigos da autoria de Ferreira Fernandes excelentes notas do que se está a passar.
Na edição de hoje, sob o título "Não Há Missas Grátis" conta as peripécias da campanha de Barack, que envolvem em momentos e contextos diferentes o protestante Jemeriah Wright e o católico Michael Pfleger, que oficiam na mesma cidade, Chicago, em igrejas distantes poucos quarteirões uma da outra.
A mistura explosiva que aqueles responsáveis religiosos promovem contém politica, raça e religião.
Conclui Ferreira Fernandes no seu artigo acima referenciado
"Obama, que pauta a sua candidatura por não embarcar nessas tolices, mais uma vez teve de pedir desculpa pelos seus amigos religiosos. O problema destes é que acreditam que os rebanhos reconhecem melhor o caminho do Senhor com tabuletas a preto e branco."
in Diário de Notícias, um ponto é tudo, "Não Há Missas Grátis" , 31 de Maio de 2008, pág. 64.
Dizia hoje ao almoço, com uma certa graça, um colega e amigo, que Aldrabão era o nome árabe da nossa profissão.
Aliás, quando estamos mesmo zangados aldrabão é o outro, mas quando descontraímos somos capazes de reconhecer que aqui ou ali também lhe vestimos a pele.
Sim, porque mesmo que não tenhamos feito nada para o merecer, aos olhos dos outros não deixaremos de o ser. Os políticos que o digam.
Mas amigo de saber mais um pouco deste legado tão rico fui consultar uma obra, Vocabulário Português de Origem Árabe, do já falecido José Pedro Machado, incansável estudioso, filólogo e arabista.
Segundo ele a palavra vem do árabe al-bardān , com o significado original de «louco».
“ Charles Péguy dizia que tudo começa em mística e acaba em política. Desde sempre que a actividade política vive condicionada por esta verificação. No começo, estão os ideais, os princípios, a generosidade das causas, mas o confronto com a realidade suscita a necessidade de conciliar, de encontrar compromissos, de lidar com a complexidade dos fenómenos sociais. Sempre assim aconteceu. Por isso, os cidadãos estão colocados sempre perante o dilema que contrapõe a formulação abstracta dos valores ético-políticos e a aplicação prática e impura dos mesmos. Daí as desilusões, a predominância do curto prazo e do imediato e o esquecimento da mística e dos ideais. E, nos dias de hoje, a força dos meios de comunicação de massa, só reforça esta transigência com o imediato e com a ilusão. Res non verba, coisas e não palavras, diziam os clássicos, para sinalizar à vida política a necessidade de cuidar da resolução dos problemas, em lugar do primado das respostas vagas e das promessas.
Na política, insistia o poeta de Peregrinatio ad Loca Infecta: «Todo o pensamento e toda a acção levam em si aquilo que os contradiz e destrói, aquilo que os fará inferiores à realidade que os ultrapassa.» O pensamento e a acção, os princípios e a realidade «criam-se mutuamente». É o âmago da ética que está nas preocupações do autor de O Príncipe. Encontramo-nos, no fundo, perante a tragédia humana retratada pelo maquiavelismo. A mística de Péguy gera uma «outra realidade» - a política, no sentido de domínio da imperfeição, mas, simultaneamente, como domínio paradoxal da exigência e da justiça. “
Advogado. Presidente do Centro Nacional de Cultura.
in Desafios à Igreja de Bento XVI, A César o que é de César, pp.27-29, Casa das Letras/Editorial Notícias, 1ª Edição Novembro de 2005.
A pena capital
Diogo Pires Aurélio
Professor Universitário
in Diário de Notícias de 7.11.2006
A reacção não foi imediata, muito menos espontânea, mas surgiu, finalmente, algumas horas após a sentença contra Saddam Hussein : a União Europeia, através da presidência finlandesa, veio lembrar a sua Carta de Direitos Fundamentais, proclamada em 2000, na qual se diz, textualmente, que "ninguém pode ser condenado à pena de morte, nem executado".
(...)
Há, decerto, coisas mais prementes que esta em Bagdad. Dificilmente, porém, haverá ocasião mais adequada para reafirmar a condenação da pena de morte. Noutras circunstâncias, poderia confundir-se com moleza ou caridade. No caso de Saddam Hussein , em que tudo parece estar do lado dos que defendem, no mínimo, a morte do ditador, ir contra a pena capital é exibir o lado absoluto e inegociável que têm os princípios. Não me parece que isso prejudique a Europa, os EUA ou o Iraque.
Consulte o artigo completo aqui .
Alkitiri apela à mediação de Sampaio e de Chissano
"A minha intenção visa contribuir para a resolução dos problemas de Timor-Leste, evitar um banho de sangue e reforçar o Estado de direito no país", acrescentou Mari Alkatiri, que ontem se desdobrou em diversos contactos a nível internacional. A começar por Kofi Annan, o secretário-geral da ONU, uma organização sem apoio da qual só muito dificilmente Sampaio e Chissano poderão a aceitar o repto que lhes foi lançado. E mesmo assim, ainda faltaria saber o que pensam disso as autoridades portuguesas e moçambicanas, já para não mencionar o próprio Xanana Gusmão, a Austrália, os EUA e até o Vaticano.
Uma tarefa de que Ian Martin se poderá encarregar quando chegar a Díli, admitindo que o enviado especial do secretário-geral da ONU ainda chegue a tempo de evitar aquilo que parece inevitável: um conflito aberto entre partidários do Presidente e do primeiro-ministro. Sobretudo se as próximas horas vierem a confirmar que a Fretilin se prepara para cerrar fileiras atrás de Alkatiri, insistindo na sua continuidade. Contrariando todos os cenários que ontem circulavam em Díli e que davam como certa a sua substituição por Ramos-Horta ou por um outro nome indicado pelo partido: Ana Pessoa ou Estanislau da Silva.
(…)
O que, em termos práticos, significa que a Fretilin, que dispõe de maioria no Parlamento, se prepara para desafiar o Presidente Xanana, que ainda ontem proclamava aos manifestantes que o apoiavam no centro de Díli: "Ganhámos a guerra!"
Notícia completa aqui .
Timor perto e longe
ibn rodrigues
Nos pequenos passos ou nas grandes crises.
Um livro. Uma criança que aprende a ler.
Um povo que trabalha para (sobre)viver.
Uma riqueza imensa por explorar.
Políticos que querem traçar os caminhos do futuro.
Amigos para ajudar ? Que não faltem !
Infelizmente as coisas não são assim tão simples.
Desejo que esta crise possa ser superada, sem mais sofrimento desnecessário de inocentes, possibilitando uma solução política que permita um desenvolvimento económico e social mais favorável para o bem estar presente e futuro dos timorenses.